sexta-feira, fevereiro 17, 2012

É fel, é mel.



Insosso é sabor da saudade
Que, em pingos cálidos, é destilada.
O gosto de uma lágrima ninguém esquece   
Pois da porta da alma fora despejada.

Veneno inodoro e incolor
Transborda o gosto do rancor
Mas torna-se antídoto se for liberta
E em seu doce faz-se perpétua.

E quando o amor preenche o vazio
É pela têmpora que dança o mel,
O olhar topázio torna-se um rio
E do coração esvai-se o fel.

Onde há trevas, faz-se amarga;
Mareja a vida e inunda o rosto.
Mas se a há fulgor, é açucarada;
Ultraja a dor e o seu desgosto.


7 comentários:

Maíra Cunha disse...

Lindooo *-* seguindo aqui!
http://fazdecontatxt.blogspot.com

Alexandre Lucio Fernandes disse...

Amor que se banha na dor, na simbiose de querer e não ter, de ter sem saber, de saudade sem saber do que.

Vida é mel, é fel...
Presos como balões a voar no céu.

Beijos!!

Maíra K. disse...

Se a nossa vida fosse composta por apenas mel e sorrisos que graça realmente teria? (In)felizmente, temos que saborear o gosto amargo, o fel, e sentir tristeza, chorar, para que possamos valorizar ao máximos as coisas boas que nos são apresentadas!

;*

Hélvio Caldeira disse...

Para todo mel, um fel é necessário. Lindo texto!

http://helviocaldeira.blogspot.com

Ana Carolina disse...

lindo,lindo,lindo.

Yohana Sanfer disse...

Saudade é dor mas é sempre inspiração. Lindas palavras Caroline...bom voltar aqui e conferir tua bela poesia!
bjs

Giovanna Cóppola disse...

Nossa, lindo demais, Caroline, deu até um arrepio. Um beijo!