sexta-feira, maio 21, 2010

cinzacinzacinza.



      Eu poderia ter me distanciado de toda humanidade, como o fiz a primeira vez; e poderia ter me afastado de todas as lembranças, por mais doce que elas fossem. Ainda assim, eu não teria conseguido escapar de mim mesma, ou escapar de toda escuridão que aquele adeus subentendido me causou. Mas, ainda assim, eu o fiz. Eu consegui me afastar de tudo que me causasse qualquer sentimento além do torpor. E fiz isso por teimosia, ou perseverança; dou-te liberdade para nomear como quiser a minha atitude.  Percebi que a escuridão se fez menos intensa, havia se tornado um cinza claro. Então, acolhi inteiramente o adeus não dito e admiti que o cinza pode até ser uma cor agradável.

   Carol.
                                                                                                

4 comentários:

Memórias de uma Vida Recente disse...

Estilo Clarice Lispector! =D

Caroline Araújo disse...

Quem me dera *-*

Nínive Sampaio disse...

esse texto é lindo, de verdade. Um dos melhores pra mim (:

André Masoch disse...

Realmente muito bom.
Não tenho palavras para descrever o que sinto.