Nossa relação é recíproca e inabalável. Eu sempre lhe faço companhia: Tu és meu hábitat, e eu sou o seu hábito. Então, seja zeloso e trate-me bem. Manipulá-lo é extremamente fácil e agradável, não encontro dificuldade alguma para a execução de tal tarefa. Quando me exponho e imponho, vejo o brilho em seus olhos: amor e ódio, duas faces da mesma moeda. Ódio de si mesmo, por ser tão influenciável e contraditório, por sempre se render tão de pressa. Ódio de mim, por eu ser um dominador tão perfeito e estar assiduamente presente em suas palavras e atitudes. Alerto-te: a morte de minha rival, a sinceridade, foi sádica e friamente calculada, não por mim, mas por você e pela sua querida superficialidade. Não revire os olhos e nem atravesse a rua; Não finja que não me conhece, pois até para isso você precisaria de mim. Seja você, sincero, ao menos desta vez, olhe-me nos olhos e diga não precisar de mim. Mas, antes, me responda: Se não fosse por mim, como você usufruiria de todos os seus falsos sorrisos e promessas? Bem... Vemos, então, que já não vives sem me solicitar. Espero que, um dia, você possua a verdadeira coragem, respire fundo e deixe de ser tão hipócrita; Pois, o que tens por mim não é ódio, nem amor, e sim dependência. Convives comigo há tanto tempo, e nem sabes o meu nome! Apresentar-me-ei, então: – Prazer, o meu nome é hipocrisia, e suponho que o seu seja hipócrita. Certo?
"Que vossa caridade não seja fingida." Rm 12, 9
Mil beijos, Caroline C=
3 comentários:
Muito bom.
:O Adorei o final! 'Hipócrita' é uma palavra tão forte... É uma pena que tantas pessoas sejam dependentes da tal hipocrisia. O mundo seria tão mais colorido, agradável e simples sem ela!
Gostei muito!
Fantástico!
Parabéns! xD
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