“E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está”
(Legião Urbana)
Todas as noites, nos três primeiros segundos em que o manto negro e estrelado encobria o céu, a mesma pane se repetia: os batimentos cardíacos do jovem rapaz eram interrompidos por um motivo totalmente desconhecido e aterrorizante. Ele desejava ardentemente que o seu surrado coração voltasse a bombear o seu sangue. Assim, também, ele esperava que ela tornasse à sua vida, e trouxesse consigo, em uma caixa, sacola ou no próprio bolso, a felicidade que lhe furtara, inconscientemente, pouco antes de partir. Suscitar-lho a vida seria muitíssimo fácil para ela, e a jovem faria isso majestosamente, como já o fez em um passado remoto, do qual ela tentara se livrar. Porém, mesmo queimando as fotografias em preto e branco, as quais alimentavam a lareira de sua clássica sala, ainda assim, a mente dela permanecera submersa em lembranças boas, que lhe traziam saudade e lhe tiravam a saúde.
– E então, até quando? – a bela moça sempre se perguntara de frente para o espelho – Até quando a responsabilidade de torná-lo feliz, e vivo, estará sob o meu cetro, e vice e versa? E ela realmente aguardava ansiosa, por uma resposta que viesse de seu interlocutor mudo, mas aquela era uma pergunta retórica, e ela sabia que seria sempre assim, que só a sua presença e sorriso poderiam consertar a eventual pane. Ela, portanto, resolveu levantar-se e deliberadamente optou por salvá-lo novamente, pois somente assim ela salvaria o seu próprio, e surrado, coração.
As vezes, nós pensamos estar fazendo algo muito bom para os outros, mas não notamos o grande bem que isso pode causar a nós mesmos. Quando eu comecei a escrever esse texto, a partir de uma frase que minha mãe disse em certa ocasião, há um mês, eu pensei que esse texto tomaria um rumo diferente, e na verdade já tinha tudo planejado na cabeça, mas o foco mudou, e muito! Enfim, esse é um texto especial demais para mim, e gostei da história ter mudado o rumo que eu imaginara anteriormente. Mil beijos. C=
8 comentários:
Que bonita lição, pra mim ela diz algo que tenho tentado muito fazer: ver o lado positivo das coisas. Às vezes só conseguimos pensar no peso das coisas, nas responsabilidades e consequências e esquecemos de ver as vantagens, o nosso querer, a possibilidade de tudo ser lindo e feliz. :)
Lindo texto!
"E ela realmente aguardava ansiosa, por uma resposta que viesse de seu interlocutor mudo"
Espero um dia conseguir ouvir uma resposta de alguém. E desejo à ela a superar e savar ambos! =]
Dos seus é o que mais gostei.
Passa em mim um penssamento nesta hora que não posso dizer.
Lembranssaas de uma hora feliz.
Essa é para mim o melhor e o que mais me toca.
Que bom que tomou este rumo.
Gosto quando isso acontece... Primeiro quando uma frase se torna um post feito em nossa cabeça, e depois quando esse post toma outro rumo conforme a escrita.
E o texto ficou muito bom, exemplifica exatamente o que acontece muitas vezes, com muitas pessoas. Estar junto sem querer de verdade e no final acontece isso mesmo: - optou por salvá-lo novamente, pois somente assim ela salvaria o seu próprio, e surrado, coração.
Beijo Carol!!!
P.S.: Vou tentar assistir "O sorriso de Monalisa" esse feriado! :)
Retribuindo a visitinha e adorandoooo..
Textos maravilhosos q vc escreve menina..
Parabéns!!!
Beijos!!!
já tô seguindo aqui... \o/
é, quando salvar outro passa a ser a chave para salvarmos a nós mesmos é pq a coisa ficou séria, hein? :P
Beijos, a namorada.
Menina, que surpresa boa seu blog!
Amei de coração!
Seguindo feliz =)
http://ameninaqueroubavaasimesma.blogspot.com
Oi, querida! Vi lá seu coment no 'primeiro post'. Agradeço muito pelo interesse, é interessante isso de ver onde um blog começou.
Devo confessar que, apesar de o Doce Histeria ter mesmo começado naquele post, minha história com blog não começou ali. Antes eu tinha outro blog, com um estilo bem diferente. Até tentei continuar, mas não consegui postar paralelamente. Se quiser visitar: http://alle-in.blogspot.com/
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