O brilho metálico reluz a jovialidade teatral que o tempo preservara. Não há arranhões em sua superfície gélida, tão pouco amolgaduras externas. Transpassara séculos a fio e, aparentemente, suportara com louvor todas as vezes que o apontaram como estopim de estorvos e lamúrias. Mas não deliberara a hipótese de abandonar a humanidade, embora esta já tenha virado-lhe a face incansavelmente. Contudo, eu não me contento com o que vejo, pois desconfio que a vertigem do mundo possa ter alcançado também os meus olhos bisbilhoteiros e efusivos.
Almejo perscrutar-te plenamente – tateando o seu interior, conferindo o funcionamento do maquinário –, verificando os parafusos e as embreagens. Afinal é isso que te mantém íntegro e inabalável. E eu tentarei consertar você, apesar da leiguice que me algema e aturdi, pois não te aceito belo por fora enquanto a ferrugem devora-te por dentro.
Se a ti dão o título de clichê, se lhe impuseram esta armadura lustrosa e oca – de ações previsíveis, automáticas e maquinais –, dou prioridade retificar com urgência e cautela a sua memória deteriorada; para que nunca mais te esqueças de que sem ti não haveriam dedos entrelaçados, olhares cálidos e úmidos, sorrisos enfeitando lábios e sentimentos eternos... O restante eu consertarei aos poucos com calma e alma, para que você, sagrado amor, continue a encantar os dias e as noites daqueles que não te tratam como uma máquina defeituosa – e mortífera.
Almejo perscrutar-te plenamente – tateando o seu interior, conferindo o funcionamento do maquinário –, verificando os parafusos e as embreagens. Afinal é isso que te mantém íntegro e inabalável. E eu tentarei consertar você, apesar da leiguice que me algema e aturdi, pois não te aceito belo por fora enquanto a ferrugem devora-te por dentro.
Se a ti dão o título de clichê, se lhe impuseram esta armadura lustrosa e oca – de ações previsíveis, automáticas e maquinais –, dou prioridade retificar com urgência e cautela a sua memória deteriorada; para que nunca mais te esqueças de que sem ti não haveriam dedos entrelaçados, olhares cálidos e úmidos, sorrisos enfeitando lábios e sentimentos eternos... O restante eu consertarei aos poucos com calma e alma, para que você, sagrado amor, continue a encantar os dias e as noites daqueles que não te tratam como uma máquina defeituosa – e mortífera.
Espero que vocês tenham gostado desse texto, comecei a escrevê-lo e o terminei com bastante carinho; eu gostei de equiparar subjetivamente a uma máquina, a um robô, o tão falado amor. Enfim, uma ótima semana para todos. Fiquem com Deus, beijos.
2 comentários:
Lindemais (:
Excelente essa visão do amor que você trouxe, a qual muitas das vezes o ignoramos, mais que possamos dá mais atenção a ele, que a merece tanto! (:
Lindo texto. Nunca tinha visto ninguém mostrar o amor dessa forma, porém, o mais belo é ver que ainda existem pessoas que querem manter o amor.
Beijos
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